MARIELLE E A PÁSCOA!
*Por Cláudio Silva
Marielle, foi talvez o nome mais
comentado nas últimas semanas, inundando os noticiários com fatos novos,
reportagens, e entrevistas, e alimentando manifestações acaloradas pelas redes
sociais .
O assassinato da vereadora
carioca, horrendo como todos os atentados à vida, foi também mais uma oportunidade para fazer aflorar um fenômeno cada vez mais recorrente
nos últimos tempos, o radicalismo de posições e consequente repulsa e até ódio ao
diferente ou divergente. Em nome desse sentimento, chega-se por vezes ao extremo do linchamento moral e/ou físico,
no caso Marielle, os dois.
Individualismo, radicalismo, conexões
através de redes sociais, são pelo menos em parte, características do tempo em
que vivemos, chamado de modernidade
líquida, na definição do sociólogo polonês
Zygmunt Bauman. “É uma época de liquidez, de fluidez, de volatilidade, de incerteza
e insegurança... Na sociedade contemporânea, emergem o individualismo e a efemeridade
das relações.” O homem moderno vive ao mesmo tempo conectado e isolado. Os laços
humanos são cada vez mais superficiais e consequentemente frágeis.
A angústia, segundo o citado
pensador, um dos frutos da incerteza característica dos tempos atuais, “pode
gerar ódio a tudo e a todos.” Um sentimento cada vez mais perceptível e que vai
de manifestações agressivas em redes sociais à guerras de torcidas, dentre
outras faces da crescente violência. Em São Paulo foi até determinado pela
justiça a “torcida única”, para tentar
coibir a violência nos estádios. Futebol, política, ideologia, religião, dentre
outros assuntos, passaram a ser temas perigosos em certas circunstâncias, pois
as consequências podem ser imprevisíveis.
A celebração da Páscoa, que ainda
ecoa, no sentido da ressurreição de Jesus Cristo, é um tempo propício para uma auto
avaliação sobre até que ponto esse clima de violência não está também contaminando
e afetando as nossas relações, talvez até a partir dos nossos próprios lares. Jesus é exemplo vivo de vítima da intolerância
no seu tempo - "Crucifica-o, crucifica-o!"
A grande mensagem dessa celebração para os cristãos é de que, após a
vivência de um período de quarenta dias do tempo quaresmal de reflexões,
orações e práticas espirituais, possamos emergir (ressuscitar) melhores para a sequência da
caminhada da vida.
“Como Cristo foi
ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma
vida nova”( Rom 6, 4b)
Pense nisso!
02 de março de 2017
*Cláudio Silva é
mestre em Educação, ex- Secretário de Educação de Apucarana-PR e ex- presidente
da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME/PR. Diretor da
Escola Nossa Senhora da Alegria. (mais textos do professor poderão
ser acessados no site www.profclaudiosilvaeducacional.com )
Ficha Técnica: Estrutura:
Jornalista Cláudia Alenkire Gonçalves da Silva – MTE 000 9817 /PR Revisão: Psicóloga Me Cláudia
Yaísa Gonçalves da Silva - CRP 06/11120 e Bacharel em Direito Cláudia Layla
Gonçalves da Silva