Um Projeto consistente, os assessores diretos e as equipes técnicas, são fatores decisivos na moderna gestão.
“UM TÉCNICO PARA AS
QUATRO ESTAÇÕES”
*Por Cláudio Silva
O futebol, como o esporte em geral, é uma fonte inesgotável
de ensinamentos. Se as imagens que assistimos pela TV da comissão técnica da
seleção brasileira traduzirem a realidade, uma das falhas mais graves pode ter
sido o senso de autossuficiência dos nossos comandantes.
Começando pelo técnico. Comparando imagens de várias comissões com a nossa, havia uma diferença gritante de atitudes. No banco das principais seleções, assessores portavam pranchetas registrando detalhes da partida, o que iria subsidiar os trabalhos do técnico durante o jogo e no preparo da equipe para os próximos embates. Esta, uma imagem simbólica e de significado muito abrangente. No nosso caso, dava-se a impressão de um certo senso de superioridade, de “já sei tudo”. E de quem não precisa “estudar” permanentemente, atualizar-se, aprender com quem está em estágio superior, para assim poder buscar objetivos mais elevados. Tínhamos no banco não um, mas dois “salvadores da pátria” onipotentes, Felipão e Parreira, ambos campeões do mundo. A impressão que transmitiam, pelo menos à mim, era de que tudo sabiam e poderiam tirar um coelho da cartola a hora que quisessem, num passe de mágica.
Esse parece ser também um dos traços da nossa vida pública e empresarial, e bem evidente na política nacional, que merece reflexão. A mania de estruturar expectativas em cima de “salvadores da pátria” e não em equipes competentes, que interagem, estudam e se renovam permanentemente, subsidiando o gestor. Porque ele, o gestor, deverá estar preparado para enfrentar as alegrias e vicissitudes das “quatro estações”, alegoricamente falando. Equipes eficazes, que buscam aprender sempre e cada vez mais, inclusive com os adversários e concorrentes, e em disseminar os conhecimentos adquiridos. Aliás, observe-se que em nossa cultura se confunde os significados de adversário ou concorrente com inimigo, até no futebol. O meu adversário ou concorrente é uma referência importante com a qual posso aprender e crescer. E numa perspectiva de sociedade, todos saem ganhando. Mas para tanto, são essenciais ao líder características como humildade e espírito de grandeza interior, dentre outras.
Esta é uma dimensão do horizonte cultural brasileiro que precisa urgentemente ser repensada. Se por exemplo no momento do meu voto eu estiver buscando simplesmente mais um “salvador da pátria”, sem me preocupar com a análise crítica minuciosa do seu Projeto, já começo me equivocando. Um bom prato depende inegavelmente de uma boa receita e da qualidade dos ingredientes. Portanto, é primordial aferir também as qualidades humanas, morais e éticas dos que estarão ao lado do gestor, os seus assessores diretos. E a competência comprovada e preparo profissional das suas equipes técnicas. O Projeto e esses nomes, deveriam ser os primeiros a passar pelo crivo de uma avaliação popular. Sem isso, o resultado será quase sempre desastroso, a história está aí para o comprovar.
O preço tem sido a nossa eterna “condenação ao subdesenvolvimento”, numa referência ao título do famoso livro de Kurt Rudolf Mirow. Este pode ser sim um efetivo legado da Copa, a possibilidade de reflexão e mudança de postura a partir deste balanço final do evento no Brasil, e da vitória de um Projeto em curso, o alemão. O selecionado brasileiro e os demais foram vencidos por um Projeto, isto precisa ser evidenciado.
Portanto, uma boa oportunidade para aprender e dar um passo à frente. Um olho no futebol e o outro no jogo da vida, porque neste se você vacilar .... .
Começando pelo técnico. Comparando imagens de várias comissões com a nossa, havia uma diferença gritante de atitudes. No banco das principais seleções, assessores portavam pranchetas registrando detalhes da partida, o que iria subsidiar os trabalhos do técnico durante o jogo e no preparo da equipe para os próximos embates. Esta, uma imagem simbólica e de significado muito abrangente. No nosso caso, dava-se a impressão de um certo senso de superioridade, de “já sei tudo”. E de quem não precisa “estudar” permanentemente, atualizar-se, aprender com quem está em estágio superior, para assim poder buscar objetivos mais elevados. Tínhamos no banco não um, mas dois “salvadores da pátria” onipotentes, Felipão e Parreira, ambos campeões do mundo. A impressão que transmitiam, pelo menos à mim, era de que tudo sabiam e poderiam tirar um coelho da cartola a hora que quisessem, num passe de mágica.
Esse parece ser também um dos traços da nossa vida pública e empresarial, e bem evidente na política nacional, que merece reflexão. A mania de estruturar expectativas em cima de “salvadores da pátria” e não em equipes competentes, que interagem, estudam e se renovam permanentemente, subsidiando o gestor. Porque ele, o gestor, deverá estar preparado para enfrentar as alegrias e vicissitudes das “quatro estações”, alegoricamente falando. Equipes eficazes, que buscam aprender sempre e cada vez mais, inclusive com os adversários e concorrentes, e em disseminar os conhecimentos adquiridos. Aliás, observe-se que em nossa cultura se confunde os significados de adversário ou concorrente com inimigo, até no futebol. O meu adversário ou concorrente é uma referência importante com a qual posso aprender e crescer. E numa perspectiva de sociedade, todos saem ganhando. Mas para tanto, são essenciais ao líder características como humildade e espírito de grandeza interior, dentre outras.
Esta é uma dimensão do horizonte cultural brasileiro que precisa urgentemente ser repensada. Se por exemplo no momento do meu voto eu estiver buscando simplesmente mais um “salvador da pátria”, sem me preocupar com a análise crítica minuciosa do seu Projeto, já começo me equivocando. Um bom prato depende inegavelmente de uma boa receita e da qualidade dos ingredientes. Portanto, é primordial aferir também as qualidades humanas, morais e éticas dos que estarão ao lado do gestor, os seus assessores diretos. E a competência comprovada e preparo profissional das suas equipes técnicas. O Projeto e esses nomes, deveriam ser os primeiros a passar pelo crivo de uma avaliação popular. Sem isso, o resultado será quase sempre desastroso, a história está aí para o comprovar.
O preço tem sido a nossa eterna “condenação ao subdesenvolvimento”, numa referência ao título do famoso livro de Kurt Rudolf Mirow. Este pode ser sim um efetivo legado da Copa, a possibilidade de reflexão e mudança de postura a partir deste balanço final do evento no Brasil, e da vitória de um Projeto em curso, o alemão. O selecionado brasileiro e os demais foram vencidos por um Projeto, isto precisa ser evidenciado.
Portanto, uma boa oportunidade para aprender e dar um passo à frente. Um olho no futebol e o outro no jogo da vida, porque neste se você vacilar .... .
Pense nisso!
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abaixo. Sua referência é importante para nós.)
*Cláudio Silva é mestre em Educação, ex- Secretário de
Educação de Apucarana-PR e ex- presidente da União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação-UNDIME/PR. Diretor da Escola Nossa Senhora da
Alegria
(mais
textos do professor poderão ser acessados no site Prof. Cláudio Silva Educacional)
Ficha Técnica:Estrutura: Jornalista Cláudia Alenkire Gonçalves da Silva – MTE
000 9817 /PR Revisão: Psicóloga
Mestranda USP Cláudia Yaísa Gonçalves da Silva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
·
MIROW,
Kurt Rudolf. Condenados ao
subdesenvolvimento. São Paulo: Editora Civilização Brasileira, 1978.
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