*Por
Cláudio Silva
Lembrei-me outro dia dessa expressão
tão comum dos idos tempos de infância, “cala a boca já morreu, e quem manda na
minha boca sou eu”! Sempre seremos os donos absolutos das nossas palavras, mas,
às vezes não medimos a sua extensão. E quando nos arrependemos, já terá sido
tarde. Na maioria dos casos, como diz o ditado, a palavra proferida não tem mais
volta, sendo praticamente impossível evitar as suas consequências deletérias.
Conta-se que certo homem, que não
controlava a própria língua, foi um dia se orientar com um monge para tentar se
livrar dessa inconveniente mania. O mestre lhe deu a seguinte tarefa:
- Meu filho, tome este saco de penas e ao final da tarde, quando venta
mais intensamente na aldeia, suba até o ponto mais alto da torre da igreja e de lá vá jogando-as uma a uma.
O homem fez exatamente como havia
sido orientado. No outro dia, apresentou-se para confirmar o cumprimento da
tarefa recebendo a seguinte observação do velho sábio:
- Muito bem, vamos agora à
segunda parte, saia pela aldeia e recolha todas as penas que espalhou.
Imbuído de muita boa vontade, aquele
homem caminhou por toda a aldeia atrás das penas. Mas haviam se dispersado de
tal forma que, exausto depois de muito tentar, concluiu não ser mais possível
recolhê-las. Ao final do dia só havia conseguido recuperar um pequeno punhado.
- É impossível recolher o que foi espalhado, foi dizer ao mestre. Ao que este observou:
- Pois é exatamente o que acontece quando dizemos coisas que não deveríamos,
meu filho! Mesmo que venhamos a nos arrepender
e tentar corrigir o nosso ato, o estrago já estará irremediavelmente feito.
A verdadeira personalidade de uma pessoa se
revela mais no que ela fala de você para os outros, do que, por vezes, no que diz
diretamente à você, que pode não ser sincero.
S. Scott, em seu livro Salomão,
o homem mais rico que já existiu, observa que boa parte das críticas que
fazemos poderiam ser evitadas, por serem desnecessárias e causarem mais
prejuízos do que algum bem efetivo. Nos famosos Provérbios, o sábio rei adverte que temos o poder de ferir
ou quebrar o espírito de uma pessoa ao criticá-la injustamente. “O que dizemos
pode literalmente mudar o curso de uma vida.” Porque as pessoas geralmente
conseguem encontrar forças para lutar contra um ferimento ou doença, porém,
afirma, a dor de um espírito ferido é
por vezes insuportável.
Numa analogia à Aristóteles na
Ética à Nicômaco, “usar as palavras certas, com a pessoa certa, na medida
certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, é sabedoria”. Vale a pena persegui-la.
Pense nisso !
19 de janeiro de 2017
*Cláudio Silva é mestre em Educação, professor e conferencista, ex-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME/PR,ex-Secretário de Educação de Apucarana-Pr. Diretor da Escola Nossa Senhora da Alegria.
* LEIA TAMBÉM A CAMPEÃ DE ACESSOS "AS RAPOSAS E O GALINHEIRO"
Mais crônicas do professor poderão ser acessadas através do Site Prof. Cláudio Silva Educacional
Ficha Técnica:
Estrutura: Jornalista Cláudia Alenkire Gonçalves da Silva- MTE 000 9817/PR
Revisão: Psicóloga e Mestra Cláudia Yaísa Gonçalves da Silva - CRP 06/11120 e acadêmica de Direito Cláudia Layla Gonçalves da Silva
19 de janeiro de 2017
*Cláudio Silva é mestre em Educação, professor e conferencista, ex-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME/PR,ex-Secretário de Educação de Apucarana-Pr. Diretor da Escola Nossa Senhora da Alegria.
* LEIA TAMBÉM A CAMPEÃ DE ACESSOS "AS RAPOSAS E O GALINHEIRO"
Mais crônicas do professor poderão ser acessadas através do Site Prof. Cláudio Silva Educacional
Ficha Técnica:
Estrutura: Jornalista Cláudia Alenkire Gonçalves da Silva- MTE 000 9817/PR
Revisão: Psicóloga e Mestra Cláudia Yaísa Gonçalves da Silva - CRP 06/11120 e acadêmica de Direito Cláudia Layla Gonçalves da Silva
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