*Por Cláudio Silva
“ Ouça, meu filho, a instrução de seu pai e não despreze o ensino de
sua mãe. Eles serão um enfeite para a sua cabeça , um adorno para o seu pescoço
” (Prov. 1, 8-9)
Está acontecendo neste mês de
agosto a Semana Nacional da Família, um período forte voltado à reflexão sobre
o papel dessa instituição fundamental
na vida de todos nós. Ressalto aqui o
sentido forte da palavra fundamento,
que remete ao significado de alicerce, quesito essencial para uma construção. A
vida humana é construída sobre este fundamento que se chama família. Você
leitor, herdou as fortes marcas de sua família, as quais foram e continuam
sendo essenciais para o que hoje é.
Quando abraço o meu amado pai,
José, no alto dos seus oitenta e seis anos, me uno também com grande saudade à
minha querida mãe, Hilda, in memorian.
O sentimento, sempre, é de profunda gratidão aos dois pela forma sábia com que
me educaram e aos meus irmãos. Os dois foram literalmente os nossos primeiros
professores e evangelizadores. Vivenciaram profundamente a promessa contida na
Palavra de Deus que repetiram tantas vezes para nós, “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família” ( At 16,31),
acreditando que ao nos prepararem estavam nos “salvando” de perigos futuros que
com certeza encontraríamos pela vida. Hoje, olhando para trás e lembrando de pessoas
que conheci e que literalmente se perderam, agradeço profundamente aos dois
pela sua dedicação paciente à nós.
Numa época em que ainda não havia
pré escola, o meu pai, pessoalmente, alfabetizou os cinco filhos em casa, com um
livrinho chamado Cartilha do ABC,
título que eu e meus irmãos jamais esqueceremos, pelo fascínio que aquelas
letrinhas nos causavam. E o fazia sempre
com muita paciência e amor. Este é um detalhe que faço questão de destacar, ao
me recordar de pais reclamando pelo tempo envolvido no acompanhamento e
orientação de tarefas do filho. Pai, mãe, aqueles instantes de convivência
estão preparando o seu filho para a vida, e o amor envolvido nesta relação é fundamental para o seu desenvolvimento cognitivo e o marcará para sempre!
Já antes de migrar para a cidade,
ainda morando na roça e semianalfabeto, papai percebeu a importância dos
estudos. Procurou orientar-se com um senhor chamado Ildefonso, um poceiro e autodidata,
com o qual se encontrava aos domingos
para estudar. Através das orientações desse senhor adquiriu alguns livros de
gramática, matemática e história, e também a Bíblia, nos quais sorveu os
conhecimentos que foram essenciais para a sua vida. Foi
também papai que nos ensinou as quatro operações matemáticas básicas, somar,
subtrair, dividir e multiplicar. Um fenômeno para quem nunca teve o prazer de
se sentar em um banco escolar, seu grande sonho que não conseguiu realizar mas
que direcionou aos filhos.
E
juntamente com esses conhecimentos os dois igualmente se dedicaram à nos
ensinar os valores importantes para as nossas vidas. Valores religiosos, éticos
e morais, que muito mais do que com suas
palavras aprendíamos com as suas vidas,
porque sempre foram os maiores e
melhores exemplos daquilo que nos ensinavam. A vida de comunhão com Deus,
principalmente através da oração individual e em família, o respeito para com o
próximo, sobretudo aos mais velhos, o valor e o zelo pelo que é seu e jamais
subtrair o que é do outro.
Foram tantos e tão importantes os seus ensinamentos que impregnaram nossa forma de ser e de agir! Parece que ainda ouço a voz serena do papai lendo passagens da Bíblia para nós, e depois os comentários dos dois.A indagação que sempre me faço ao refletir sobre a vida dos meus pais é, - o que eu estarei deixando para os meus? Estou convicto de que se não tiverem na família uma referência positiva forte, poderão se sentir inseguros na construção de suas próprias vidas.
Foram tantos e tão importantes os seus ensinamentos que impregnaram nossa forma de ser e de agir! Parece que ainda ouço a voz serena do papai lendo passagens da Bíblia para nós, e depois os comentários dos dois.A indagação que sempre me faço ao refletir sobre a vida dos meus pais é, - o que eu estarei deixando para os meus? Estou convicto de que se não tiverem na família uma referência positiva forte, poderão se sentir inseguros na construção de suas próprias vidas.
Infelizmente o quadro atual não é muito favorável
à instituição família. Há muitas dúvidas e incertezas diante do que tem sido proposto
por pensadores, comunicadores, ídolos do momento, produções artísticas, ideologias
e leis que violam valores humanos essenciais. Não favorecem a família, pelo
contrário. Mas aqueles que encontrarem um referencial seguro, seja na escola, na
igreja e principalmente em suas próprias famílias, saberão com toda certeza separar
o joio do trigo.
Pense nisso!
15 de agosto de 2018
*Cláudio Silva é
mestre em Educação, ex- Secretário de Educação de Apucarana-PR e ex- presidente
da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME/PR. Diretor da
Escola Nossa Senhora da Alegria. (mais textos do professor poderão
ser acessados no site www.profclaudiosilvaeducacional.com )
Ficha Técnica: Estrutura:
Jornalista Cláudia Alenkire Gonçalves da Silva – MTE 000 9817 /PR Revisão:
Psicóloga Me Cláudia Yaísa Gonçalves da Silva - CRP
06/11120 e Bacharel em Direito Cláudia Layla Gonçalves da Silva
Um comentário:
Parabéns Claudio! Excelente crônica, faz a gente refletir e também se perguntar: "O que eu estarei deixando para os meus!"
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