segunda-feira, 1 de abril de 2013

PARA PROFESSORES: Trabalho na horta estimula aprendizagem e solidariedade (MEC)



Na cidade de Santa Maria, a 26 quilômetros de Brasília, no Distrito Federal, a professora Tânia Maria da Silva Nogueira desenvolve, há quatro anos, o projeto Semeando e Crescendo Juntos. Com essa atividade, que realiza com alunos da educação infantil do Centro de Atenção Integral à Criança (Caic), a professora quer que os alunos vivenciem todo o processo de cultivo em uma horta, desde o preparo da terra até o consumo das hortaliças. 

Segundo Tânia Maria, os alunos demonstram muito interesse pelas atividades na horta. Ela acredita que o período dedicado a esse trabalho é uma hora de influência mútua do grupo, em que todos se ajudam e atuam juntos. “Como são alunos da educação infantil, há necessidade de um acompanhamento que intercale monitoramento intensivo com liberdade”, ressalta. 

A intenção é que os alunos se sintam autônomos e possam construir conceitos e elaborar interações que levem a uma aprendizagem significativa. Conceitos como dentro-fora, grande-pequeno, cheio-vazio, bem como diferentes texturas e cores, são alguns dos conhecimentos trabalhados em sala de aula e vivenciados na horta.

Tânia Maria explica que só depois de trabalhar o tema alimentação saudável na sala de aula é que começa a delinear, com os estudantes, quais produtos serão plantados. Como algumas hortaliças dependem da estação do ano e possuem épocas próprias para semeadura, geralmente começam pelo plantio de couve, cebolinha, coentro, pimentão e tomate. 

Na época da colheita, os alunos levam uma parte do produto para casa e o restante é utilizado para o enriquecimento da merenda da escola. “É extremamente gratificante perceber a felicidade no rosto do aluno, quando a mãe vem buscá-lo e ele a recebe com um produto que foi cultivado por ele e sua turma”, destaca a professora.

Para Tânia Maria, o trabalho conjunto tem sido fundamental para o sucesso do projeto, desenvolvido também pelas professoras Evelin dos Santos, Ivanilde de Magalhães, Joelma de Oliveira, Maria Cela de Brito, Maria do Rosário Mendes e Roseane Cavalcante. O apoio de professores, gestores, pais de alunos, vigilantes, da porteira e do responsável pela merenda escolar se manifesta de diversas maneiras, que incluem desde a aquisição de sementes e adubo orgânico até a rega da horta nos finais de semana e feriados. “Juntos, formamos uma equipe. Isso é o essencial”, avalia.

Experiência – A conhecida experiência realizada nas escolas, em que um grão de feijão é colocado em um algodão molhado para que a criança possa acompanhar sua germinação, foi feita de forma diferente pela professora Tânia Maria, nas aulas de ciências. Os feijões foram plantados num cantinho da horta e os alunos puderam observar não apenas o processo de germinação como ainda o crescimento da planta, o amadurecimento da vagem e a mudança nas cores até que possa ser consumido. Nas aulas de português, a professora trabalhou a história João e o pé de feijão, conto de fadas de origem inglesa, com direito à dramatização. 

Tânia Maria, que atua como coordenadora do projeto Educação Integral, voltado ao atendimento de alunos em atividades diversificadas, acredita que no contraturno da aula a criança tende a levar para fora da escola aquilo que aprende. Por essa razão, preocupa-se em proporcionar aos alunos, desde cedo, a vivência de experiências que provavelmente carregarão pela vida toda. 

Pedagoga com habilitação nas séries iniciais, orientação educacional e supervisão escolar, ela é pós-graduada em educação especial e inclusiva. Cursa, atualmente, pós-graduação em coordenação pedagógica na Universidade de Brasília. 

Fátima Schenini

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