quinta-feira, 7 de março de 2013

MATEMÁTICA E PORTUGUÊS - "Paraná atinge meta, mas com abismo entre cidades" (GAZETA DO POVO)


Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Josué Teixeira/ Gazeta do Povo / Pedagogo Luiz dos Anjos diz que aula de reforço é importantePedagogo Luiz dos Anjos diz que aula de reforço é importante

Dos alunos que concluem o ensino fundamental no estado, apenas 18,8% sabem Matemática e 29,6% dominam os conteúdos de Língua Portuguesa
Publicado em 07/03/2013 | MARIA GIZELE DA SILVA, DA SUCURSAL

Metas
O movimento Todos pela Educação elencou cinco metas a serem cumpridas até 2022: presença na escola, índice de alfabetização, qualidade do ensino, limite para conclusão do ensino médio e investimento na área.
Rede pública
“Abstrata”, álgebra gera dificuldades para alunos da rede pública
Derek Kubaski, especial para a Gazeta do Povo
Se os alunos do Ensino Fundamental II da rede pública do Paraná têm obtido um bom desempenho na Língua Portuguesa, o cenário não é o mesmo quando as letras começam a aparecer nas equações. Segundo o técnico pedagógico de Matemática do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Educação (Seed) em Ponta Grossa, Luiz Fabiano dos Anjos, o encontro dos alunos com a álgebra – no 8º ano – gera muitas dúvidas. “É algo muito abstrato e, por isso mesmo, difícil de aprender para muitos”, salienta.
Ele explica que a Seed, desde 2006, possui um programa da Salas de Apoio à Aprendizagem, que consiste em aulas de reforço nas disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa, justamente as que são levadas em consideração nas metas do movimento Todos pela Educação. As aulas ocorrem no contraturno. “Não é apenas um reforço do que o aluno está vendo na classe. O papel do professor na Sala de Apoio é fortalecer o aprendizado dos pontos em que o estudante teve dificuldade ao longo dos anos anteriores”, salienta. Luiz Fabiano afirma também que normalmente são escolhidos professores mais preparados para lidar especificamente com alunos que sentem dificuldade de aprender. Por semana, são administradas quatro aulas de Matemática e quatro de Língua Portuguesa pelo programa.
O Paraná alcançou a meta de aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática no ensino fundamental em 2011. No entanto, esse desempenho foi desigual entre os municípios. É o que demonstra o relatório De Olho nas Metas, divulgado ontem pelo movimento Todos pela Educação. O levantamento mostra que quase metade dos estudantes que concluem o 5.º ano sabe o que deveria em Língua Portuguesa e Matemática, mas termina o ensino fundamental, no 9.º ano, com menos de um terço do conhecimento necessário nas duas disciplinas.
O Todos pela Educação – movimento da sociedade civil que acompanha os índices educacionais – trabalha cinco metas para serem cumpridas até 2022. A meta 3, que mede o quanto o aluno aprendeu do que deveria em sua série, mostra que o desempenho dos estudantes do 5.º ano no Paraná é de 49,2% em Língua Portuguesa e 49,4% em Matemática. Mas, quando concluem o ensino fundamental, no 9.º ano, o desempenho cai para 29,6% em Língua Portuguesa e 18,8% em Matemática. A expectativa é que até 2022, segundo o movimento, 70% dos alunos tenham dominado os conteúdos.
Os índices estão ligeiramente acima da meta estipulada pelo Todos pela Educação e são superiores à média nacional (veja infográfico abaixo).
Apesar de ter alcançado a meta e ter superado a média nacional, o Paraná revela desigualdades internas que fazem com que o desempenho dos municípios esteja em queda.
Desigualdade
A desigualdade é alarmante quando se analisa o desenvolvimento de cada município. Em Sapopema, no Norte do estado, apenas 5,3% dos alunos que concluíram o 5.º ano aprenderam os conteúdos de Matemática necessários para a série, enquanto em Sertaneja, no Oeste, 96,3% dominavam o conteúdo. Em Língua Portuguesa, dos estudantes que se formavam no ensino fundamental, ou seja, terminavam o 9.º ano, em Ariranha do Ivaí, no Norte, só 3,5% tinham aprendido o necessário na disciplina. Em situação oposta estava Pérola d’Oeste, com desempenho de 41,9%.
A Secretaria Estadual de Educação, no Paraná, não retornou ontem ao pedido de informações sobre as causas dos desempenhos, mas a gerente de Projetos Estratégicos do Todos pela Educação, Andréa Bergamaschi, conclui que a expectativa é que os números evoluam. “O relatório coloca luz nas políticas públicas para que as prefeituras, os estados e o governo federal possam aprender com as iniciativas que estão dando certo e verificar quais delas podem ser replicadas”, comenta.
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Site : PALESTRANTE PROF. CLÁUDIO SILVA 

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