* Por Cláudio Silva
Nossos filhos podem estar sendo condenados a tornarem-se mais um “meia boca” na vida. Este pensamento me ocorreu quando relia o primoroso texto “Perspectivas”, de Humberto Rohden, sobre o conceito de educação. O termo “Educar”, observa, tem origem no verbo latino educare, derivado de educere, que quer dizer “eduzir”, conduzir para fora. Ou seja, despertar em si elementos positivos que se achavam adormecidos. E o educador, segundo ele, deve ser um “edutor”, “alguém que “eduz” do educando o que nele dormita de melhor.
Nessa perspectiva, de uma educação voltada à dimensão integral do ser humano, só estará verdadeiramente educado aquele que conquistou o domínio sobre a vontade, e desenvolveu a consciência de permanentemente extrair de si o melhor. O que o faz ultrapassar a média do que a maioria faz.
E quem assim age, se destaca e até , por vezes, é comparado a um gênio. Um deles, Einsten, dizia que o gênio é composto de 90% de transpiração, trabalho dedicado, e apenas 10% de inspiração, ou o que se denomine de genialidade. João Gilberto, um dos criadores da bossa nova, ganhou fama de folclórico no meio artístico pelo hábito de trancar-se em seu apartamento quando está trabalhando uma canção. E ali, pacientemente “lapida” sua obra até torná-la mais uma pérola de suas fantásticas criações. O premiado escritor Milton Hatoum, faz o mesmo para escrever os seus livros. O cronista Daniel Piza o define, em artigo publicado no ESTADÃO (16.07.2011), como um escritor cuidadoso e meticuloso e, mais ainda, um revisor exigente. Ele busca sempre “chegar aonde não chegou”. Atualmente, Hatoum está revendo pela quarta vez seu romance O Lugar mais Sombrio, que lançará em breve. Nos esportes há expressivos exemplos de gigantes de determinação na busca permanente pela superação. Conta-se que quando o navegador Amyr Klink concluiu sua histórica e solitária viagem à Antártica, foi questionado quanto ao próximo desafio. A próxima viagem, respondeu!"
Nessa perspectiva, de uma educação voltada à dimensão integral do ser humano, só estará verdadeiramente educado aquele que conquistou o domínio sobre a vontade, e desenvolveu a consciência de permanentemente extrair de si o melhor. O que o faz ultrapassar a média do que a maioria faz.
E quem assim age, se destaca e até , por vezes, é comparado a um gênio. Um deles, Einsten, dizia que o gênio é composto de 90% de transpiração, trabalho dedicado, e apenas 10% de inspiração, ou o que se denomine de genialidade. João Gilberto, um dos criadores da bossa nova, ganhou fama de folclórico no meio artístico pelo hábito de trancar-se em seu apartamento quando está trabalhando uma canção. E ali, pacientemente “lapida” sua obra até torná-la mais uma pérola de suas fantásticas criações. O premiado escritor Milton Hatoum, faz o mesmo para escrever os seus livros. O cronista Daniel Piza o define, em artigo publicado no ESTADÃO (16.07.2011), como um escritor cuidadoso e meticuloso e, mais ainda, um revisor exigente. Ele busca sempre “chegar aonde não chegou”. Atualmente, Hatoum está revendo pela quarta vez seu romance O Lugar mais Sombrio, que lançará em breve. Nos esportes há expressivos exemplos de gigantes de determinação na busca permanente pela superação. Conta-se que quando o navegador Amyr Klink concluiu sua histórica e solitária viagem à Antártica, foi questionado quanto ao próximo desafio. A próxima viagem, respondeu!"
A educação atual apresenta o perigo de condicionar para o “fazer apenas para o gasto”, servindo-nos de conhecida expressão popular, que ajuda a compreender tal mentalidade. Isto quando reforça ideias que levam ao contentamento com resultados parcos, mesmo que sofríveis. Na escola, é a ênfase para o alcance da média, como principal objetivo. O que reforça o senso de acomodação, porque o objetivo já teria sido atingido. E vão sendo formadas gerações de pessoas acomodadas e de visão limitada.
Registre-se, que esta reflexão não tem por escopo reforçar a avaliação classificatória nem a busca de notas como principal meta do processo educacional. Mas enfatizar a importância da retomada do significado de Educere, sobretudo em uma época tão rica de possibilidades e oportunidades.
Quem se sente seguro com a sua vida nas mãos de um “meia boca” , seja ele um cirurgião, piloto de avião, engenheiro ou advogado? Atente-se que os termos média, mediano e medíocre têm a mesma raiz etimológica, sendo condições que se encontram muito próximas. Daí a importância de uma educação que ajude a desenvolver o domínio sobre a vontade, e que incentive a busca permanente da superação dos próprios limites.
Registre-se, que esta reflexão não tem por escopo reforçar a avaliação classificatória nem a busca de notas como principal meta do processo educacional. Mas enfatizar a importância da retomada do significado de Educere, sobretudo em uma época tão rica de possibilidades e oportunidades.
Quem se sente seguro com a sua vida nas mãos de um “meia boca” , seja ele um cirurgião, piloto de avião, engenheiro ou advogado? Atente-se que os termos média, mediano e medíocre têm a mesma raiz etimológica, sendo condições que se encontram muito próximas. Daí a importância de uma educação que ajude a desenvolver o domínio sobre a vontade, e que incentive a busca permanente da superação dos próprios limites.
Educere!
Pense nisso!
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*Cláudio Silva é mestre em Educação, ex- presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME/PR, foi Secretário de Educação de Apucarana-PR (gestões 2005-2008 e 2009-2012 ) e Secretário de Ensino Superior ( 2012)
Ficha Técnica:
Estrutura: Cláudia Alenkire Gonçalves da Silva (acadêmica de jornalismo)
Revisão: Prof.ª Doutoranda Leila Cleuri Pryjma
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15 comentários:
Ótima postagem padrinho, me inspira ainda mais na ideia de um dia adentrar à área da docência, é uma responsabilidade imensa, mas o retorno evidentemente estimula o "edutor" a buscar enriquecimento científico para suprir sempre a expectativa do verdadeiro educando.
Realmente é uma experiência muito gratificante, filho. Um abraço
de Roseli massolin :
Recebi , gostei e recomendei aos amigos.
Rose
Grande Prof. Cláudio, deveras pertinente e preocupante este assunto, pois cada vez mais como Professores nos deparamos muito com esta situação "fazer apenas para o gasto" e isto está retratado no retorno que temos da grande maioria dos alunos que não se importam em ir além de sua capacidade e descobrir suas competencias. Ou seja, "Não fazem o que tem de ser feito, e sim apenas o que lhes pedem!" Esperam até que façamos por eles. Claro, temos exceções, e algumas vezes temos destaques que atraem nossa atenção e ficamos motivados. Percebo que diferente de minha época como aluno primário, as exigências que tinhamos para o cumprimento das tarefas e nosso próprio desenvolvimento, não possuíamos ferramentas como as de hoje, computador, celular e nem a própria internet... era necessário que o esforço fosse maior. E hoje, bem hoje está aí o reflexo, o resultado da falta de comprometimento e desejo em buscar sua própria opinião assertiva, pois na hora do aperto, acabam sempre recorrendo as buscas na internet e apanhando algo pronto. Assunto amplo e até polêmico... vale sim toda atenção possível. Um Grande Abraço Prof. Cláudio!!
Olá meu grande amigo e valoroso mestre!
Você é uma dessas pessoas que veio para construir, para somar com o mundo. Você acredita, tanto quanto eu, que pela educação se transforma, modifica, aprimora e se caminha para o melhor - o aprimoramento do que somos e fazemos. Parabéns pelo artigo.
abraços, mafra
Grande e querida Mafra. Suas palavras só nos incentivam ainda mais. Você é uma das importantes referências em minha formação. Verdadeira mestra paciente e atenciosa. Gratidão eterna. Abraço amiga
Querido mestre seu artigo nos faz refletir sobre educação,o que mais me preocupa são os educadores que estão se formando,muitos estão mais preocupados com seus direitos do que com seus deveres e sua missão de EDUCADOR
Olá Professora Lucelene. Realmente, sem idealismo, não só na educação, mas em qualquer atividade profissional, é o elemento que dá sentido e faz a diferença. Na Educação é mais grave, por envolver diretamente a vida das crianças. Muito agradecido pela referências e cumprimentos pelo exemplo de vida e de profissional idealista que faz a diferença
Juliana Carvalho (aluna MBA Controladoria/Auditoria)Faculdade Maringá.
Olá professor, a exemplo de outros, mais um maravilhoso texto para reflexão pessoal, principalmente da importancia de nosso papel na educação de nossos filhos. Alias esse é um tema que tenho refletido muito desde que participei de suas aulas.
Obrigada
Juliana
Olá Juliana. Realment, pais e educacdores têm um papel insubstituível na vida dos filhos ou educandos. Atitudes simples do dia-a-dia podem ser poderosos instrumentos de transformação. Muito obrigado pela honra de acesso e considerações. Um abraço
Os professores são responsáveis pela formação de inúmeros alunos. Portanto, somos guiados quer conscientemente ou não por ações, e é certo que nossas ações devem fazer a diferença. Gostei muito deste artigo Professor e mestre, ele nos faz refletir sobre o nosso papel como formadores de pessoas.
Muito importante essa reflexão. E fiquei muito feliz em ler e perceber que o senhor pensa dessa forma. Pois quase acreditei que estava errada ao querer e lutar pelo melhor dos meus alunos.
Olá Profa Ariadine, o educador, deve ser um “edutor”, “alguém que “eduz” do educando o que nele dormita de melhor. parabéns, você é uma educadora por excelência. Um abraço
Excelente reflexão para os pais e educadores... Divulguei esse post no meu facebook. Parabéns pelo conteúdo do seu blog!
Blog Ensinar é Aprender
Profa Cristiane,
é muito gratificante quando nossas intenções encontram ressonância. Grato pela honra de sua postagem neste espaço
Abraço e cumprimentos pelo seu Blog
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