Agência Brasil
RIO - Escolas precisam experimentar o uso das mídias sociais para
aproximar o conteúdo pedagógico da realidade dos alunos, apontaram
especialistas em educação que participaram nesta quinta-feira de
seminário sobre o tema, no Rio. Segundo eles, o ideal é testar várias
tecnologias e ver qual se adapta às regras da escola e os recursos
disponíveis aos alunos, aos professores e aos pais.
Ao apresentar casos bem sucedidos e problemas gerados pelo mau
uso de redes sociais, o autor do livro Socialnomics: Como as Mídias
Sociais Transformam o Jeito que Vivemos e Fazemos Negócios (na tradução
livre), o norte-americano Erik Qualmn, disse que é preciso ousar na
educação e não restringir as aulas ao método tradicional que se resume a
palestras, sem interatividade.
- Precisamos prestar atenção nos alunos, ver com qual ferramenta
ou equipamento eles estão mais familiarizados e dar o primeiro passo -
disse Qualmn no seminário Conecta, organizado pelo Sesi/Senai. Ele
sugeriu, por exemplo, que escolas passem deveres de casa que possam ser
apresentados pelo Youtube e substituam livros pelos ipads - aparelhos
que reúnem computador, video game, tocador de música e vídeo e leitor de
livro digital.
- Em muitos lugares, existe o debate sobre o uso, pelas crianças,
de telefones celulares - disse sobre a disseminação dos smartphones -
celulares conectados à internet.
- As escolas precisam checar ao que é melhor para si. Na
(Universidade de) Harvard, o ipad é permitido em algumas aulas. Outras
aulas são dadas da mesma forma há cem anos - acrescentou Qualmn, que
também é professor de MBS da Hult International Bussiness, nos Estados
Unidos .
Em uma escola pública do município de Hortolândia (SP), Edson
Nascimento, professor de educação física, deu o primeiro passo na adoção
de novas tecnologias como instrumento pedagógico. Ele criou um blog
para divulgar o conteúdo das aulas e conquistou alunos até de outras
escolas. Nascimento diz que o principal desafio para difundir a
tecnologia na escola é convencer os demais professores a aceitá-la como
um recurso educativo.
- Isso não é uma coisa tranquila, não temos adesão de 100% dos
professores. Pessoas entendem que se migrarem para a tecnologia não vão
mais saber dar aula. Apegam-se ao giz e à lousa como se isso lhes desse
controle da turma. Mas os alunos acabam prestando atenção em outras mil
coisas - disse Nascimento, que dá aulas para uma escola de 500 alunos de
ensino médio e fundamental.
O professor americano Qualmn acrescentou que o próprio uso da
internet pode estimular debates sobre a veracidade de conteúdos
disponíveis na rede, além de incentivar a produção de conhecimento de
forma colaborativa, como o que está disponível no Wikipedia, uma espécie
de enciclopédia online aberta, que aceita contribuições de qualquer
usuário.
Pedagoga de uma escola particular do Rio, que criou sua própria
rede social, Patrícia Lins e Silva relatou que a ferramenta ofereceu
"ganchos" para que a escola discutisse tópicos como o uso de "palavrões"
e a superexposição de ídolos de adolescentes na rede.
Acesse
a nova crônica do Prof. Cláudio Silva : "PODERIA
TER OCORRIDO COM O SEU FILHO!"- a tragédia de S. Caetano e outras
crônicas do mesmo autor
em http://profclaudiosilva.blogspot.com/2011/10/cronicas-sobre-educacao-do-prof-claudio.html
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