Colégio Santo Américo . Na foto Paula Pereira de Almeida Leite com a filha Maria Fernanda Pereira de Almeida Leite
Eliaria Andrade / Agência O Globo
RIO e SÃO PAULO. Crianças estimuladas nos primeiros anos de vida e
que passam pela educação infantil têm mais chances de ter bons
resultados no ensino fundamental, de concluir a educação básica e de
contribuir para quebrar o ciclo de pobreza no país, afirmam
especialistas em educação. No entanto, nem todas conseguem essa
oportunidade. No Brasil, cerca de 10 milhões de crianças de 0 a 3 anos
não têm acesso a creches. Para acabar com o déficit, segundo a Fundação
Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), é
necessário construir 12 mil unidades.
— Estudos mostram o impacto
dos anos iniciais. Mas a educação infantil tem que ser de qualidade.
Creche ruim não adianta. É preciso que creches e escolas tenham
paciência para investir nas crianças. Não adianta ter um adulto para
cuidar de seis. É útil quando elas são estimuladas, quando começam a ter
noções de limite, passam a ouvir histórias, se interessam por livros e
aprendem a conversar — afirma João Batista Oliveira, presidente do
Instituto Alfa e Beta.
Professora de Políticas Públicas e
Linguagens da Infância da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), Maria Angela Barbato Carneiro diz que o aprendizado em creches
e pré-escolas ajuda no desenvolvimento cognitivo, físico e nas
atividades relacionadas à criatividade, socialização e memória:
— A
criança estará submetida a um processo de estimulação que ajudará na
alfabetização, na coordenação motora, na observância de regras e na
criatividade. Terá mais condições de desenvolvimento. Os pais, às vezes,
não contam histórias, não leem livros, e a criança fica à margem desse
estímulo.
— Ela (a criança) já chega ao ensino fundamental mais
preparada e, por conta disso, tem melhor desempenho e mais oportunidade
de terminar esse ciclo — diz Maria Regina Maluf, professora de
Psicologia da Educação da PUC-SP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário