18/07/2012
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07h12
Gilberto Dimenstein
Folha de São Paulo
O aumento vertiginoso do assassinato de jovens no Brasil é apenas um
reflexo do que considero nossa maior bomba social: o abandono da
juventude. É um tema que, apesar de todos os avanços, ainda está não
está na agenda do brasileiro.
O problema do assassinato é, claro, grave. Mais grave ainda, já que
afeta milhões de brasileiros, é o maior gargalo da educação brasileira: o
ensino médio, onde existe uma expressiva evasão. Mesmo os que não
abandonam a escola veem pouco interesse no que aprendem (ou deveriam
aprender) em sala de aula, tamanha a desconexão com a realidade.
É mínima a porcentagem dos alunos que saem do ensino público com
conhecimentos apropriados em português e matemática. Basta ver que,
mesmo entre universitários, existe uma espécie de analfabetismo
funcional. Leem mas não entendem um texto.
Criam-se assim batalhões de jovens com baixa escolaridade e poucas
perspectivas profissionais, vivendo em comunidade em que impera a
delinquência. Na maioria das vezes, são lugares sem opções de lazer,
tirando os bares. Natural a tentação de entrar no mercado da droga ou
das quadrilhas.
*
Uma das saídas é a educação em tempo integral nas comunidades mais
pobres, onde os alunos tivessem muito estímulo cultural e ensino técnico
para obter um emprego.
É caro, eu sei. Mas não oferecer boa educação sai mais caro ainda. Muitas vezes, custam vidas.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.Fonte: Folha de São Paulo
Leia crônicas do Prof. Cláudio Silva em : http://profclaudiosilva.blogspot.com.br/2011/10/cronicas-sobre-educacao-do-prof-claudio.html
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