Adriana Aguiar implantou ações em sua escola, no interior do Tocantins, que garantiram evasão zero e salto no Ideb
Observação, diagnóstico dos problemas e
autoavaliação se converteram em plano pedagógico com mudanças
estruturais, após Adriana participar em 2006 do curso Gestão para o
Sucesso Escolar, oferecido pela Fundação Lemann. “Houve uma mudança de
postura minha. O diretor tem que contagiar sua equipe”, afirma.
Adriana criou um sistema de pontos para os alunos trocarem
por horas de acesso à internet na escola. Bom comportamento,
participação, leitura e boas notas valem carimbos positivos. Caso
contrário, o estudante recebe pontos negativos. Ela passou também a
acompanhar as aulas de seus professores e a dar um retorno imediato
sobre o trabalho, pontos fortes e o que precisava ser melhorado. O
conteúdo das avaliações externas foi estudado e passou a ser cobrado em
sala de aula.
A diretora destaca também a importância de sistematizar o
trabalho, anotar todas as ações, projetos, planejamentos pedagógicos,
análises dos resultados da escola e parcerias externas. “Aprendi muito
no processo de inscrição do Prêmio Gestão Escolar (o qual ela venceu em
2010). Elaboramos um dossiê de 100 páginas com absolutamente tudo o que
fizemos ao longo do ano e os motivos que nos levaram ao sucesso e às
falhas”, conta.
Troca de experiências
Outro programa que ajudou Adriana em sua gestão foi um
intercâmbio de experiências com o diretor de uma escola pública inglesa,
promovido pelo British Council. “Eu enviava relatórios bimestrais a ele
e tudo o que eu escrevia era lido, analisado e criticado. Aprendi mais
do que na faculdade”, declara. As realidades eram diferentes, mas o
olhar externo para a escola do interior do Tocantins, com cerca de 350
alunos, e classes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, fizeram a
diretora repensar e aprimorar seus projetos.
Na última quinta-feira, Adriana contou sua
experiência para uma plateia de 2.500 diretores, professores e
profissionais das redes públicas de ensino durante o lançamento da
Lidera, rede virtual que vai reunir ex-alunos dos cursos de formação da
Fundação Lemann e demais educadores interessados. A plataforma reproduz
uma cidade, na qual o usuário pode passear pelos ambientes – escola,
biblioteca, universidade, livraria, cinema, centro de convenções – e
participar de fóruns de discussão, ter acesso à material didático de
apoio e cursos online.
Eliane Arruda, diretora de uma escola municipal de
ensino infantil e fundamental ciclo I de Itaquaquecetuba, na Grande São
Paulo, participou do evento. Ela afirma que o relato de Adriana e a
troca de experiência entre os diretores servem como um incentivo, mas
ressalta que as realidades das unidades são muito diferentes. “Meu maior
problema é o envolvimento dos pais. Precisamos convencê-los a
participar e acompanhar o desenvolvimento dos filhos”, diz.
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