Cristiane Capuchinho
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo

Caiu o número de jovens na escola a partir dos 15 anos de idade. O dado
da Pnad 2011 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgado
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), explicita
um problema que preocupa há algum tempo pesquisadores da educação: a
escola não consegue reter o adolescente.
"O jovem que vai à escola não encontra o professor de determinada
disciplina ou não tem a aula de maneira adequada. Esse jovem percebe que
essa escola [da maneira como é oferecida] não garante um lugar no
mercado de trabalho. Então considera que o mais lógico é abandonar a
escola", explica a professora Marcia Malavasi, da Faculdade de Educação
da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). "Dessa maneira, a escola
'expulsa' os jovens do ensino médio", conclui.
Desinteresse
"O jovem diz que não tem interesse, não tem saco, não gosta da escola",
afirma Haroldo Torres, diretor de análise e disseminação de informações
da Fundação Seade. Segundo ele, até existe um reconhecimento de que
estudar "é importante para o futuro", mas isso não se traduz em esforço
para se manter na escola.
A falta de interesse do aluno parece ser resultado de um conjunto de
situações, que vão da baixa qualidade do ensino, falta de professores e
altos índices de reprovação a problemas de infraestrutura escolar, como a
falta de bibliotecas e salas de estudo.
"O jovem tem dificuldades para chegar até a escola, pois é longe e o
transporte é caro. Quando ele chega, não tem professor e a escola sequer
tem uma biblioteca para manter o aluno ali estudando", critica Marcia.
Retenção
A probabilidade de evasão do jovem aumenta conforme o número de
repetências no histórico escolar. "O nosso sistema é muito reprovador,
sobretudo em algumas regiões. No Nordeste, por exemplo, é muito comum as
pessoas ficarem retidas no ensino fundamental", explica Torres.


MARIA LUCIA VIEIRA, gerente de pesquisa do IBGE
A avaliação de que os altos índices de retenção desestimulam o aluno
ecoa na fala do pesquisador Simon Schwartzman, do Iets (Instituto de
Estudos do Trabalho e Sociedade).
"A educação pública brasileira é em geral muito mal gerenciada, com
níveis absurdos de reprovação e dependência. Basta "arrumar a casa",
garantir que os professores venham e dar aulas de reforço para os alunos
que ficam para trás para que os indicadores comecem a melhorar",
diagnostica.
Estrutura
Apesar do aumento no investimento no ensino médio, com a criação do
Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação) que atende toda a educação
básica, os números do ensino médio não melhoraram. Uma das hipóteses é
de que o currículo não agrade a esse jovem.
"É importante deixar de obrigar todos a seguirem os mesmos currículos,
abrir espaço para escolhas, e ampliar de maneira muito significativa a
alternativa de formaçao profissional sem mantê-la atrelada ao ensino
médio regular", argumenta Schwartzman.
CAMPEÃ DE ACESSOS: AS RAPOSAS E O GALINHEIRO
http://profclaudiosilva.blogspot.com.br/2012/09/as-raposas-e-o-galinheiro-refletindo.html
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