terça-feira, 9 de outubro de 2012

VESTIBULAR: documentário mostra as dificuldades enfrentadas pelos vestibulandos ( O GLOBO )

Longa “Virando bicho”, que será exibido durante o Festival do Rio, traça panorama da educação brasileira pelo ponto de vista dos estudantes

Eduardo Vanini
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Cena com momento de descontração em um dos cursinhos mostrados no longa
Foto: DIVULGAÇÃO
Cena com momento de descontração em um dos cursinhos mostrados no longa
 
RIO - Renan queria ser jogador de futebol, mas preferiu prestar vestibular para engenharia. Olívia deixou a casa da família, no interior paulista, e se mudou para a capital, enquanto luta por uma vaga em medicina. Já Carolina escolheu seguir a carreira dos pais e tentar a faculdade de direito.

A história desses personagens mostra como o ingresso do jovem na faculdade é cheio de questões que, muito mais do que a dúvida sobre qual profissão escolher, configuram um verdadeiro raio-x do Brasil contemporâneo. Este é o mote do documentário “Virando bicho”, que será exibido nesta segunda (8), às 14h45m, e terça (9), às 14h30m, no Estação Sesc Rio, pela Mostra Geração do Festival do Rio.

O filme é resultado de um ano de filmagens em que os diretores Alexandre Carvalho e Silvia Fraiha acompanharam a rotina de seis jovens em seus respectivos cursinhos. Está tudo lá: desde os primeiros dias de aula até o dia do resultado final dos exames. O longa consegue mostrar, em 75 minutos, como as dificuldades afetam invariavelmente a todos que lutam pelas instituições mais concorridas.

Junto com os candidatos, professores e especialistas ajudam a costurar o roteiro que mostra desde as mazelas da rede pública de ensino até as divergências acerca das políticas de cotas raciais, passando pela polêmica relação de paixão entre professor e aluno.

— Entrevistamos cerca de 60 jovens até chegar a esses personagens. Colocamos cartazes nos cursinhos convidando quem tivesse interesse. Isso deu muito certo, pois percebemos que eram pessoas que queriam, acima de tudo, falar. Eles têm uma visão crítica sobre o país e buscaram mostrar isso — conta Silvia.

Ao todo, a equipe de produção do documentário assistiu a cerca de 30 aulas em três cursinhos voltados para públicos de diferentes segmentos sociais. Só nessa etapa, foram captadas 20 horas de imagens compiladas no documentário, que ainda mostra ambientes como o barzinho frequentado após as aulas e a moradia de cada um dos estudantes.
Na avaliação de Silvia, mergulhar nesse universo foi revelador. Para ela, o trabalho serviu para evidenciar, por exemplo, como a universidade é crucial para que os jovens possam mudar de vida no Brasil, representando o principal meio de ascensão social.

— Gostaria que o filme fosse muito visto. Mas, para mim, o mais importante é que chegue até aqueles que enfrentam mais dificuldades e acham que a faculdade não é para eles. A função social do documentário é mostrar como o ensino superior é para todos. O jovem deve acreditar e lutar por isso.

Assista ao trailer do filme.

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