sexta-feira, 17 de junho de 2011

Matemática: Escolas de Blumenau inovam no uso de recursos didáticos

Sexta-feira, 17 de junho de 2011 - 10:58
Alunos da educação básica pública de Blumenau aprendem a construir material didático: iniciativa ajuda na formação dos conceitos básicos de cada área da matemática e pode ser empregada no ensino de aritmética, álgebra, geometria e trigonometria (foto: arquivo Neem)O Núcleo de Estudos de Ensino de Matemática (Neem) da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb), em Santa Catarina, pretende contribuir para desmitificar a crença de que a matemática é uma disciplina difícil. Por meio de cursos e oficinas, os estudantes de matemática e professores das escolas de ensino básico da região têm acesso a diferentes estratégias e recursos didáticos que podem ser utilizados para a melhor compreensão do conteúdo.

De acordo com a professora Márcia Aurélia Stopassoli, coordenadora do Neem, a presença de material didático nas aulas de matemática é incentivada. Ela ressalta, no entanto, que não basta apenas usar esse material de forma lúdica e sem função educativa. “É necessário que o uso esteja atrelado a objetivos bem definidos quanto ao aspecto de promover a aprendizagem da matemática. O seja, a um cuidadoso planejamento da ação”, salienta Márcia, que leciona matemática instrumental no curso de licenciatura em matemática da Furb.

Para a professora, graduada em engenharia química e em matemática, com mestrado em educação superior, a utilização de material variado em sala de aula pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e para uma aprendizagem efetiva, de forma a auxiliar os alunos na construção e na compreensão dos conceitos. Em sua opinião, o material didático é importante para a construção dos conceitos básicos de cada área da matemática e pode ser empregado no ensino de aritmética, álgebra, geometria e trigonometria.

“Para uma aprendizagem efetiva e significativa, sempre que possível, é recomendável que o educando participe da construção do material didático e, depois, de sua respectiva exploração, através do desenvolvimento de atividades previstas pelo professor, de modo a levar quem manipula o material a tirar o maior proveito do mesmo”, diz Márcia. Ela acredita que a aquisição de importantes conceitos matemáticos ocorrerá com criatividade e construções simples, como resultado das ações do estudante sobre o material e as reflexões sobre tais ações. E isso se aplica tanto aos alunos do ensino fundamental quanto aos do ensino médio.

Na visão de Márcia, determinados conceitos seriam compreendidos, abstraídos e fixados mais rapidamente se fossem explorados com o auxílio de materiais concretos — caso da trigonometria, da geometria espacial, da análise combinatória e da álgebra, por exemplo. Ela sugere que o material didático seja o mais diverso possível e, principalmente, construído com material disponível e reaproveitável (sucata). Construções de animais com poliedros de Platão, instrumentos como astrolábio e caleidoscópio e dobraduras com a técnica japonesa do origami fazem parte do material elaborado no Neem.

Mostras
— Matemática Interativa Itinerante é um dos projetos desenvolvidos pelo Neem, fundamentado na organização das Mostras Interativas Itinerantes de Matemática (Miim) em escolas catarinenses de educação básica. Desde que o projeto foi criado, em 2002, foram promovidas 26 mostras escolares, com a participação de 30 mil estudantes e 500 professores de matemática e áreas afins.

O projeto propõe a construção e a exploração pedagógica de material didático, estimula a criação de laboratórios de matemática nas escolas e contribui para a formação continuada do professor, além de promover o intercâmbio entre a universidade e as instituições de educação básica.

A professora Emanuela Valério Jorge, que leciona em escolas da rede pública do município catarinense de Indaial, aplica em suas aulas os conhecimentos que adquiriu tanto no curso de licenciatura plena em matemática quanto no trabalho desenvolvido no Neem durante a graduação. “No decorrer desses anos, adquiri uma formação prática de uso de atividades diferenciadas para o ensino de matemática”, assegura Valéria, aluna de mestrado profissional em matemática e ciências, na Furb. “Eles serviram e servem até hoje como inspiração.”

Clubinho — Além de dar aulas, Valéria coordena as atividades do Clubinho de Matemática no Colégio Municipal de Indaial. As atividades ocorrem em duas tardes semanais, com alunos do primeiro ao nono ano do ensino fundamental. O clubinho tem o apoio do Neem, com atividades e material direcionados para todo o conteúdo de matemática do ensino fundamental.

“Realizamos atividades que envolvem a matemática de forma lúdica”, diz Valéria. Ela explica que o clubinho é bem aceito pelos alunos, o que tem provocado uma avaliação positiva nos resultados da aprendizagem. Segundo a professora, houve mudanças até na participação dos alunos repetentes em aulas de matemática. “O interesse deles simplesmente mudou de foco com as atividades diferenciadas”, justifica.

Valéria adianta que o clubinho passou a ser um local de troca de informações matemáticas, onde não há a distinção de aluno inteligente ou não. “Todos participam das atividades e vêem a matemática de uma forma diferente e prazerosa”, garante.


Fátima Schenini

Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16773 

(Acesse a crônica do  Prof. Cláudio Silva Cuidado, seu filho poderá ser mais um “meia boca”! clicando: http://profclaudiosilva.blogspot.com/2011/08/cuidado-seu-filho-podera-ser-mais-um.html.  )

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