quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O bom e velho português de volta ao mundo corporativo (GAZETA DO POVO)

Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Daniel Castellano/ Gazeta do Povo / Supervisora acadêmica do ISAE/FGV, Viviane Ternoski está na segunda fase de um curso de português ofertado aos colaboradores da instituição Supervisora acadêmica do ISAE/FGV, Viviane Ternoski está na segunda fase de um curso de português ofertado aos colaboradores da instituição


Há tempos negligenciado na lista de qualificações exigidas pelo mundo corporativo, o português voltou à cena e tem sido cada vez mais procurado por executivos e profissionais de grandes empresas que querem se aperfeiçoar na língua pátria para fugir dos deslizes gramaticais e dos textos prolixos que não levam a lugar algum.

Para ter sucesso profissional é preciso dominar as competências relacionadas à comunicação. Negligenciar o português pode ser um tiro no próprio pé, garantem os consultores da área.
Reciclagem melhorou desempenho no trabalho
Supervisora acadêmica do ISAE/FGV, Viviane Ternoski está na segunda fase de um curso de português ofertado aos colaboradores da instituição. Formada em Administração com ênfase em Comércio Exterior, ela conta que a principal dificuldade antes de começar o curso era escrever. “Eu demorava muito para colocar as ideias no papel”. Agora sente que sua maneira de escrever mudou bastante. Como se comunica muito por e-mail, Viviane diz que também passou a ficar mais atenta àquilo que escreve. Antes escrevia um e-mail e já mandava. Depois, relendo o texto, percebia erros bobos que poderiam ter sido evitados. “A forma como você escreve é a maneira como você se expressa. Escrever errado pode mudar todo o sentido daquilo que você estava querendo dizer”, ressalta ela.

No regresso ao Brasil, depois de passar dois anos estudando na Irlanda, a jornalista Maureen Bertol resolveu aperfeiçoar seus conhecimentos na língua portuguesa para se recolocar no mercado de trabalho, principalmente porque a escrita e o português são suas ferramentas de trabalho. Ela fez o curso de Aperfeiçoamento Gramatical e o texto em Redes Sociais, ministrado pela consultoria Toda Letra, também para se ambientar ao novo acordo ortográfico. “Depois de dois anos falando e escrevendo em inglês, eu precisava voltar a pensar na minha língua materna”.
Hábitos
Falta de leitura é um complicador para manter a língua em dia
“Uma pessoa que não tem costume de ler, sempre terá dificuldades para escrever”, afirma Ana Paula, da Toda Letra. Segundo ela, a maioria das pessoas perde esse hábito, porque não existe a obrigação de ler. Ao longo do tempo, a consequência disso é o empobrecimento das noções da língua. Outro ponto difícil de ser revertido são os vícios de linguagem. Uma vez adquiridos, é preciso muito treino e atenção para eliminá-los. Por fim, Ana Paula destaca a questão da objetividade, que faz parte de uma mudança mais profunda na forma de escrever. “Ser objetivo é ter outro olhar sobre o texto e trabalhar para colocá-lo em prática. Leva mais tempo, mas é perfeitamente possível com o conhecimento e a prática”.

Para acompanhar a demanda crescente por esse tipo de serviço, surgiram consultorias especializadas na língua portuguesa, que ensinam a falar e escrever corretamente. “O aumento massivo da comunicação via internet, por meio das redes sociais e da ferramenta e-mail, criou uma demanda que não existia há 10 anos, quando a conversa pessoal e o telefone ainda os principais canais de comunicação das empresas”, afirma Ana Paula Mira, diretora-geral da Toda Letra, consultoria especializada em língua portuguesa que está há dois anos e meio no mercado.

Segundo Ana Paula, as dificuldades mais comuns que levam as empresas a buscar aperfeiçoamento para seus profissionais estão relacionadas à ortografia, pontuação e escrita, com destaque para a falta de clareza e objetividade na hora de compor um texto, por menor que ele seja. Contudo, se de um lado a demanda por cursos de português vem aumentando nos últimos anos, ainda existe um número considerável de empresas que acreditam não precisar de aperfeiçoamento nessa área. 

“É difícil para o profissional reconhecer que precisa fazer uma reciclagem na própria língua. Estudar inglês ou espanhol tem o status de fazer um segundo idioma, mas quando se fala em aperfeiçoar o português a receptividade é bem menor”, afirma o diretor da Fundação Fisk, Christian Ambros. Desde 2008, as escolas de idioma Fisk oferecem um curso de português para brasileiros, com duração de um ano. A maior procura, garante ele, é das empresas, que convidam seus profissionais a melhorarem seus conhecimentos na língua mãe. Ambros afirma que em todo o Brasil já são mais de 12 mil alunos.

Deslizes custam caro
Erros de português em entrevistas de emprego, relatórios ou e-mails podem ir além dos prejuízos para a imagem e credibilidade do profissional ou da companhia. A diretora-geral da Toda Letra relata a situação de uma empresa que procurou a consultoria depois que um e-mail mal escrito acabou levando ao cancelamento de um contrato importante. “O e-mail dava a entender que o valor do desconto seria maior que de fato era. Na hora de esclarecer o mal entendido, o cliente acabou cancelando o negócio.”

Fonte:  GAZETA DO POVO

CRÔNICA INÉDITA DO  PROF. CLÁUDIO  SILVA: AS RAPOSAS E O  GALINHEIRO
http://profclaudiosilva.blogspot.com.br/2012/09/as-raposas-e-o-galinheiro-refletindo.html


 Mais crônicas do  Prof. Cláudio  Silva em  : 

CONHEÇA O  NOSSO  INSTITUTO  EDUCACIONAL  - ESCOLA N.S. DA ALEGRIA -"A  Escola das  Famílias!" - : no  Facebook: Escola Ns Alegria Escola

Nenhum comentário: