A partir da edição deste ano, participarão da prova também os alunos que estiverem no penúltimo semestre
Agência Brasil
BRASÍLIA - Representantes de diversas entidades do ensino superior
privado se reuniram esta semana em Brasília e redigiram uma carta
criticando as mudanças no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
(Enade) anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC). A partir da edição
deste ano, participarão da prova também os alunos que estiverem no
penúltimo semestre – antes apenas os ingressantes e concluintes eram
avaliados.
A medida publicada em portaria na quinta-feira (15) tem
como objetivo evitar fraudes no exame que é responsável por avaliar a
qualidade dos cursos superiores do país. O MEC recebeu denúncias sobre
uma possível manipulação da participação dos alunos no Enade por parte
da Universidade Paulista (Unip). A faculdade supostamente reteria os
“maus alunos” no penúltimo semestre para que eles não fizessem parte da
amostra da prova. Assim, só os alunos mais preparados participariam da
avaliação, elevando as notas dos cursos.
O Fórum das Entidades
Representativas do Ensino Superior Particular reclama que a lei que
institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)
prevê apenas a participação de alunos ingressantes e concluintes na
prova e, portanto, qualquer mudança deveria ser feita na própria
legislação e não por meio de portaria.
- Essa é uma regra geral
que as instituições de educação superior e toda a comunidade acadêmica
incorporaram ao seu planejamento e gestão, confiando na segurança
jurídica da medida - diz a carta que foi encaminhada na sexta-feira (16)
ao ministro Aloizio Mercadante.
Os representantes das
instituições particulares defendem que a medida afetará principalmente
os cursos técnicos que têm duração de dois anos. Neste caso, o aluno do
penúltimo semestre teria cumprido uma parcela pequena da grade
curricular e seria prejudicado na avaliação por não ter visto todo o
conteúdo.
- Esses alunos não terão cursado, no mínimo, 25% do
conteúdo curricular. Além de punir os estudantes dessa faixa do
penúltimo semestre letivo, pune, ainda, as instituições cujos cursos
estejam incluídos no exame deste ano e que confiaram nas regras
estabelecidas (anteriormente) - defendem os representantes das
instituições.
O fórum pede ao MEC que a portaria seja refeita e
considere as regras anteriores do Enade, além de declarar que “não
endossa as estratégias que algumas instituições vêm adotando para elevar
seus indicadores”. Procurado, o ministério informou que não irá
comentar o assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário